Trilhas relacionadas aos conhecimentos necessários para a atuação sociopolítica autônoma e consciente.

RACISMO LINGUÍSTICO

O Curso de Racismo linguístico tem como proposta apresentar a relação entre língua e racismo, a partir das discussões de Gabriel Nascimento no livro "Racismo linguístico: os subterrâneos da linguagem e do racismo", de modo a compreender os processos de racialização na história brasileira e as hierarquias de poder construídas em políticas linguísticas. 

Busca-se, ainda, apresentar outros fenômenos que envolvem língua e raça, atentando-se para os aspectos políticos, como racismo estrutural (Silvio Almeida), lugar de fala (Djamila Ribeiro) e pretoguês (Lélia Gonzalez). 

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O Curso Políticas da vida e da morte: noções introdutórias tem como proposta apresentar discussões sobre a vida e a morte a partir das contribuições teóricas de um conjunto de intelectuais para repensarmos a relação entre o Estado, a política e os corpos humanos.

Assim, serão discutidos as seguintes noções:

a) biopoder e biopolítica, de Michel Foucault;

b) cultura do terror e espaço da morte, de Michael Taussig;

c) precariedade, vulnerabilidade e enquadramento, de Judith Butler;

d) margens do Estado, de Veena Das;

e) necropoder e necropolítica, de Achille Mbembe.

A proposta de realizarmos o presente ciclo de estudos sobre o histórico conflito experimentado em Alcântara entre as comunidades quilombolas e a Base espacial de foguetes instalada na década de 1980, cumpre a tarefa de oferecer ao público interessado um amplo e qualificado debate sobre questão, justamente num momento tão delicado em que a ameaça de expulsão de mais 800 famílias quilombolas do litoral do município é reavivada pelo atual governo federal agudizando, assim, o clima de incerteza e insegurança jurídica destas famílias. Aliás, esta é uma característica marcante do processo de implantação e gestão da referida Base espacial em relação às comunidades quilombolas.

Mas, ao propormos a realização do presente ciclo de estudos além de permitirmos ao publico interessado maior entendimento e aprofundamento das questões referidas à luta das comunidades quilombolas de Alcântara buscamos também oferecer ao companheiro Danilo Serejo condições financeiras mínimas de sobrevivência. Danilo Serejo é um colaborador antigo das comunidades quilombolas de Alcântara.

Danilo Serejo

Serejo, que é quilombola da comunidade de Canelatiua, é nosso colaborador voluntário desde 2003. Desde então, vem se dedicando quase que exclusivamente a defesa e proteção das nossas comunidades, juntamente com as demais instituições e lideranças de Alcântara.

Ocorre que desde agosto de 2019 Serejo encontra-se desempregado e vem passando por dificuldades financeiras para manter o seu sustento e da sua família, situação que se agravou durante a pandemia da covid-19. Portanto, convidamos alguns dos nossos parceiros e parceiras que desenvolvem algum tipo de atuação em Alcântara para colaborar conosco no debate proposto, e, para tanto, cobraremos uma taxa simbólica de inscrição que será revertida ao companheiro Serejo e sua família e, com isso, lhes permitir condições dignas de vida.

Serejo é hoje uma importante liderança do território quilombola de Alcântara. Para se ter ideia, desde 2017 algumas das nossas principais ações estratégicas tem sido coordenadas por Serejo, a saber: II Seminário Alcântara: a Base Espacial e o Impasses Sociais; Missão do Conselho Nacional de Direitos Humanos às comunidades de Alcântara; Visita da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) ao território de Alcântara; Agendas internacionais; Audiências na CIDH; Agendas no Congresso Nacional; Coordenação do processo de elaboração do Protocolo Comunitário de Consulta e Consentimento Prévio das Comunidades de Alcântara; Mobilização e articulação de parcerias estratégicas para a defesa e proteção das comunidades; dentre outras.

Por fim, esperamos contar com sua compreensão e solidariedade nesta iniciativa.


A proposta

Os debates estão previstos para ocorrer aos sábados entre as 10h00min e 12h00min. Inicialmente, os debatedores terão o tempo de 40min a 01h00min para exposição, seguido de debates e perguntas com os participantes.

Contudo, cada debatedor ou debatedora terá autonomia pedagógica e liberdade de cátedra para organizar e montar sua participação no debate proposto.

Se necessário, ou quando for o caso, os debatedores disponibilizarão com antecedência material bibliográfico a ser utilizado durante as atividades, através desta plataforma de aprendizagem.


Atividade

Datas

01 - O percurso da luta: a linha do tempo e os principais marcos da resistência.

01.08

Profa. Neta Serejo; Profa. Dra. Patrícia Portela Nunes (UEMA); Prof. Dr. Sean Mitchell (Rutgers University Newark/EUA).

02 - A remoção compulsória das comunidades na década de 1980: relato de experiências.

07.08

Prof. Marcos Diniz (STTR e Agrovila Perú); Profa. Luzia Diniz (Agrovila Marudá).

03 - As territorialidades específicas presentes em Alcântara.

15.08

Profa. Dra. Cinthya Martins (UEMA); Prof. Dr. Aniceto Cantanhede (UEMA);

04 - O território étnico de Alcântara: reflexões sobre identidade e territorialidade.

22.08

Prof. Dr. Alfredo Wagner Berno de Almeida (UEA/UEMA); Prof. Me. Davi Pereira Jr. (Lilas/UTEXAS)

05 - Fundamentos jurídicos da propriedade quilombola e a posição estratégica de Alcântara no cenário nacional

29.08

Prof. Me. Luís Antônio Câmara Pedrosa (Advogado do STTR); Prof. Dr. Yuri Costa (UEMA).

06 - Tribunais internacionais: as denúncias na OIT e CIDH/OEA e suas implicações ao Estado brasileiro.

05.09

Prof. Diogo Cabral (Advogado do STTR); Profa. Me. Raphaella Lopes;

07 - O Direito de Consulta e Consentimento Prévio e o Protocolo Comunitário das Comunidades de Alcântara.

12.09

Profa. Me. Deborah Duprat (Subprocuradora-Geral da República aposentada), Mestra em Direito e Estado/UnB; Profa. Dra. Leticia Osório (Advogada, Doutora em Direito pela Universidade de Essex/Reino Unido.

08 - O Acordo de Salvaguardas Tecnológicas e a negativa da consulta prévia

19.09

Prof. Me. Danilo Serejo (UEMA).

09 - “Pelourinho Tecnológico”: a expansão do CLA sob perspectiva do capital financeiro mundial.

26.09

Prof. Me. Artêmio Macedo Costa (UEMA).

10 - Alcântara e o racismo institucional enquanto mediador do conflito.

03.10

Prof. Me. Davi Pereira Jr. (Lilas/Universidade do Texas).

11 - Ideologia da decadência, produção intelectual e movimentos sociais em Alcântara.

10.10

Prof. Dr. Alfredo Wagner Berno de Almeida; Profa. Me. Gyordanna Patrícia Pereira Silva (UEMA).

12 - Palestra de encerramento (tema a definir)

A definir


O total de participantes em cada atividade está limitado a 50 pessoas
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Inscrições encerradas